Estudos e vivências clínicas mostram que, em famílias disfuncionais com pais narcisistas, é comum observar um filho ser tratado como "bode expiatório" — carregando as culpas e sendo tratado com desdém — enquanto outro filho, o "filho de ouro", recebe regalias.
Para quem está começando a identificar se tem um pai ou mãe narcisista, trago alguns exemplos que podem ajudar a entender essa dinâmica:
1. Uso da Internet e Telefone: O "bode expiatório" não pode usar o telefone ou a internet sem pagar, mesmo que seja menor de idade, enquanto o "filho de ouro" tem acesso irrestrito, sem contribuir para os custos.
2. Presentes e Recompensas: Em datas como Páscoa, o "filho de ouro" recebe presentes especiais, enquanto o "bode expiatório" recebe pouca ou nenhuma atenção.
3. Aniversários e Festas: No aniversário do "filho de ouro", há festas e comemorações, enquanto o "bode expiatório" raramente recebe algo significativo.
4. Profissão e Estudo: Mesmo que o "bode expiatório" tenha uma carreira respeitável, os pais o rebaixam, exaltando o "filho de ouro", independentemente do mérito ou do status profissional de cada um.
5. Aparência e Características Pessoais: Qualquer característica do "bode expiatório", como timidez, é criticada, enquanto as habilidades do "filho de ouro" são enaltecidas.
6. Diferença de Apoio Financeiro: Os pais podem pagar cursos, habilitação ou escola particular para o "filho de ouro", mas negam esse mesmo suporte ao "bode expiatório".
7. Tira sarro da profissão: A mãe narcisista diminui a profissão do bode expiatório, mesmo que esta seja valorizada pela sociedade, enquanto enaltece o cargo do filho dourado. Mesmo que o bode expiatório tenha uma boa carreira e salário, a mãe continua destacando o dourado e desvalorizando os feitos do outro filho.
8. Timidez usada como desdém : O dourado é articulado, e se ele já apresentar traços de narcisismo, isso será usado para rebaixar ainda mais o bode expiatório. O tímido (bode expiatório) é rebaixado, humilhado, e se encolhe mais. Em muitos casos, a timidez é um reflexo do trauma, e só depois de entender sobre trauma e trabalhar a timidez, a pessoa percebe que sua verdadeira essência nunca foi tímida. Quando essa pessoa começa a se curar, é como uma planta que floresce ao sair do ambiente tóxico.
9. Apelidos pejorativos: Mães narcisistas humilham o filho bode expiatório com apelidos depreciativos, como “porta” e “preguiçoso”, abalando sua autoestima desde a infância e prejudicando seu desenvolvimento social e profissional.
10. Os melhores curso para o dourado : A mãe narcisista investe em cursos e habilitações para o filho dourado, mas não para o bode expiatório. O curso de inglês, informática, a habilitação... ela paga tudo para o dourado, mas a filha bode expiatório tem que “lutar” para conseguir por si só. Às vezes a desculpa usada é que “na época dela não havia condições”. Claro, é possível que isso aconteça em famílias funcionais, mas nas famílias disfuncionais é uma prática recorrente, causando grandes diferenças de oportunidades.
Qual o resultado disso tudo? Procrastinação, indecisão, competitividade, necessidade de se sentir superior aos outros, e perfeccionismo. A procrastinação está muitas vezes ligada ao perfeccionismo, assim como a indecisão, pois você se sente inferior ao dourado e tenta incansavelmente ser aceito e tratado de forma igual. Isso gera uma cobrança constante, e nada do que você faça parece ser suficiente para agradar sua mãe narcisista.
O bode expiatório pode ter o melhor emprego, ganhar o maior salário, mas o emprego do filho dourado será sempre melhor aos olhos da mãe. A esposa ou o marido do dourado será “melhor”, o dourado será “mais bonito” ou “mais inteligente”, puxando sempre para o lado da mãe.
Então, como resolver isso? Como parar de competir e deixar de ser perfeccionista? Trabalhando as dores que você evita enfrentar. É como eu costumo dizer: é preciso mexer na “caixa de vespas”. Assistir vídeos e ler livros é ótimo, mas não substitui o trabalho prático e o apoio de profissionais experientes. O curso “Como Superar Mães Narcisistas”, clique AQUI oferece ferramentas tanto de cura quanto de autoconhecimento, trabalhando essa sensação de inferioridade, autoestima e amor próprio. Há também o “Desafio da Procrastinação”, que ajuda a reduzir o perfeccionismo. Cada aula aborda um aspecto fundamental da cura e oferece uma base sólida para que o sobrevivente possa finalmente se livrar do sentimento de inferioridade.
Às vezes, esse sentimento é tão enraizado que você chega a se sentir no direito de ocupar o “primeiro lugar” apenas se outra pessoa validar. Quando, na realidade, você merece tudo de bom e tem tanto valor quanto o filho dourado. Você não é inferior e merece ocupar o primeiro lugar em todos os aspectos da sua vida. Se ninguém te falou isso ainda, eu estou aqui para te lembrar hoje: *Você não é inferior a ninguém.*
Virginia Coser - Psicanalista Clínica - Registro SOPES - 0120-2021